Conversavam calmamente sobre outros tempos e outras histórias quando decidiram, sem mais nem menos, sem planos nem marcações, sem mais nem demoras que partiriam no dia seguinte de manhã, rumo a uma nova aventura.
Não sabiam que roupa levar ou onde iam pernoitar, não sabiam bem o caminho e não levaram mapas ou bussolas. Apenas os sonhos, a esperança de chegar e a vontade de olhar o mundo de outra perspectiva, de outro cantinho do planeta, com sotaque merengado.
Partiram, felizes, confiantes, sorridentes. Ouviam música alta e diziam disparates quando o primeiro obstáculo se lhes depara… “POOMMMMMM” – Sim, podiamos estar agora a ver um quadradinho de BD mas não… à sua frente havia explodido um pneu de um camião. Depois de uma travagem a fundo para evitar serem atingidas pelos destroços da viatura, conseguem esquivar-se por entre a fumarada que dali vinha e escapar, de coração sobressaltado mas ilesas.
Respiraram fundo como que para ganhar folgo para seguir e lá foram… Certas de que nada mais tinha sido do que um grande susto e uma infeliz coincidência… Novamente se aumentou o volume do rádio e de volta às confidências habituais prosseguiram.
Heis senão quando, avistam na beira da estrada, um veículo totalmente destruido, dois carros parados, gente de volta do acidentado e nenhuma ambulância, policia ou qualquer outra autoridade. Sabendo da habitual tendência portuguesa para o heroísmo e disparate, não podiam fechar os olhos a esta situação… Mais uma vez a viagem estava interrompida. Prontamente correram para o local, tentando perceber o que tinha acontecido… O acidentado era afinal uma senhora que viajava sozinha, tinha cerca de 60 anos, sangrava da cabeça e tinha dificuldade em manter-se acordada. Era preciso obrigá-la a manter os olhos abertos, a custo de qualquer conversa de circunstância e apressar a ajuda que teimava em não chegar. Foram precisos vários telefonemas e muita persistência para conseguirmos ter alguém no local. Enquanto isto a preocupação da BT era “a Sra. não consegue chegar aos seus documentos?”… Impressionante como alguns destes senhores que alegadamente circulam pelas nossas estradas para nos ajudar e proteger conseguem, em momentos de crise, ter a sensibilidade de um elefante.
Enfim a ajuda chegou, a Sra. foi removida da viatura e transportada para o hospital mais próximo. Iam novamente seguir viagem, com a certeza de que tinham feito a coisa certa, de consciência tranquila mas com o coração mais apertado… Tinha sido mais uma infeliz coincidência.
Outras peripécias se seguiram… Camionistas a deambular por entre faixas, hotéis lotados e estradas cruzadas, cortadas, irreconheciveis, imcompreensiveis… Um conjunto de dificuldades que só ao fim de várias horas foi possível vencer.
Valeu a pena! É preciso dizer que depois de muito praguejar e rir ao mesmo tempo, depois de se ouvir várias vezes naquele carro “amanhã vamos embora”, isto não aconteceu. Com muito sentido de humor, esperança e umas boas gargalhadas conseguiram chegar… Não ao destino inicialmente pensado (outra das muitas peripécias) mas ao destino alternativo encontrado que acabou por se revelar uma agradável surpresa e aí ficaram o tempo previsto.
Outras risadas se seguiram, com a cumplicidade habitual e o divertimento que sempre conseguem encontrar. Foram dias bem passados… Sabe bem escapar à vida real, nem que seja apenas por um instante, esquecer o mundo e rir, rir muito. Dizer disparates, recarregar baterias, alimentar o ego, recordar que existem pessoas nas nossas vidas que permanecerão para sempre nelas. São familia, embora não sejam do mesmo sangue. Mais que isso, são parte de nós.
Chegada a hora do regresso fica a nostalgia e o receio de uma viagem como a anterior… Não foi tão caricata, é certo mas não podia passar despercebida. Desde enganos nas saídas, à má sinalização das estradas além fronteiras, ao desespero de certos homens para captar a atenção de duas amigas em viagem… Tudo se viu neste regresso a casa.
Enfim chegaram… Sãs e salvas, com mais histórias para contar, mais aventuras daquelas que nos fazem sorrir… Passados os momentos de susto, dá vontade de rir.
Há dias de manhã em que uma mulher à tarde não devia sair à noite… Valeu a pena mas será que continuam a acreditar em coincidências?
Não sabiam que roupa levar ou onde iam pernoitar, não sabiam bem o caminho e não levaram mapas ou bussolas. Apenas os sonhos, a esperança de chegar e a vontade de olhar o mundo de outra perspectiva, de outro cantinho do planeta, com sotaque merengado.
Partiram, felizes, confiantes, sorridentes. Ouviam música alta e diziam disparates quando o primeiro obstáculo se lhes depara… “POOMMMMMM” – Sim, podiamos estar agora a ver um quadradinho de BD mas não… à sua frente havia explodido um pneu de um camião. Depois de uma travagem a fundo para evitar serem atingidas pelos destroços da viatura, conseguem esquivar-se por entre a fumarada que dali vinha e escapar, de coração sobressaltado mas ilesas.
Respiraram fundo como que para ganhar folgo para seguir e lá foram… Certas de que nada mais tinha sido do que um grande susto e uma infeliz coincidência… Novamente se aumentou o volume do rádio e de volta às confidências habituais prosseguiram.
Heis senão quando, avistam na beira da estrada, um veículo totalmente destruido, dois carros parados, gente de volta do acidentado e nenhuma ambulância, policia ou qualquer outra autoridade. Sabendo da habitual tendência portuguesa para o heroísmo e disparate, não podiam fechar os olhos a esta situação… Mais uma vez a viagem estava interrompida. Prontamente correram para o local, tentando perceber o que tinha acontecido… O acidentado era afinal uma senhora que viajava sozinha, tinha cerca de 60 anos, sangrava da cabeça e tinha dificuldade em manter-se acordada. Era preciso obrigá-la a manter os olhos abertos, a custo de qualquer conversa de circunstância e apressar a ajuda que teimava em não chegar. Foram precisos vários telefonemas e muita persistência para conseguirmos ter alguém no local. Enquanto isto a preocupação da BT era “a Sra. não consegue chegar aos seus documentos?”… Impressionante como alguns destes senhores que alegadamente circulam pelas nossas estradas para nos ajudar e proteger conseguem, em momentos de crise, ter a sensibilidade de um elefante.
Enfim a ajuda chegou, a Sra. foi removida da viatura e transportada para o hospital mais próximo. Iam novamente seguir viagem, com a certeza de que tinham feito a coisa certa, de consciência tranquila mas com o coração mais apertado… Tinha sido mais uma infeliz coincidência.
Outras peripécias se seguiram… Camionistas a deambular por entre faixas, hotéis lotados e estradas cruzadas, cortadas, irreconheciveis, imcompreensiveis… Um conjunto de dificuldades que só ao fim de várias horas foi possível vencer.
Valeu a pena! É preciso dizer que depois de muito praguejar e rir ao mesmo tempo, depois de se ouvir várias vezes naquele carro “amanhã vamos embora”, isto não aconteceu. Com muito sentido de humor, esperança e umas boas gargalhadas conseguiram chegar… Não ao destino inicialmente pensado (outra das muitas peripécias) mas ao destino alternativo encontrado que acabou por se revelar uma agradável surpresa e aí ficaram o tempo previsto.
Outras risadas se seguiram, com a cumplicidade habitual e o divertimento que sempre conseguem encontrar. Foram dias bem passados… Sabe bem escapar à vida real, nem que seja apenas por um instante, esquecer o mundo e rir, rir muito. Dizer disparates, recarregar baterias, alimentar o ego, recordar que existem pessoas nas nossas vidas que permanecerão para sempre nelas. São familia, embora não sejam do mesmo sangue. Mais que isso, são parte de nós.
Chegada a hora do regresso fica a nostalgia e o receio de uma viagem como a anterior… Não foi tão caricata, é certo mas não podia passar despercebida. Desde enganos nas saídas, à má sinalização das estradas além fronteiras, ao desespero de certos homens para captar a atenção de duas amigas em viagem… Tudo se viu neste regresso a casa.
Enfim chegaram… Sãs e salvas, com mais histórias para contar, mais aventuras daquelas que nos fazem sorrir… Passados os momentos de susto, dá vontade de rir.
Há dias de manhã em que uma mulher à tarde não devia sair à noite… Valeu a pena mas será que continuam a acreditar em coincidências?