terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Todos os segundos contam...

Desce as escadas de pedra, escuras e frias. Ao lado, água e musgo formam um lago esverdeado. De frente, apenas à distância de um penhasco, o mar revolto que embate contra as rochas. O céu é, todo ele, uma névoa, não há sol nem contornos, apenas uma uniformidade cinzenta e ameaçadora… Ainda assim a paisagem não podia ser mais perfeita. O caminho segue por uma ponte estreita, de madeira e conduz ao interior das rochas.
Ali, sentado, observa pela janela de luz a sua beleza, absorvendo cada sopro de vento, cada segundo que passa… Mais do que uma cara procura nos olhos a alma que quer conhecer, desvendar.
Ali, sentado, observa as ondas que explodem ferozes e a calmaria que o sorriso lhe inspira! Podia passar todo o tempo a olhá-la… a ela, às ondas, ao cinzento do céu… Podia até chover desalmadamente que nada iria quebrar o encantamento que a imagem lhe provoca… Não fosse a interrupção do empregado de mesa para recolher os pedidos!
Certos dias são assim… qualquer imagem é feliz e mesmo a chuva é uma bênção.