quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Quanto custa dizer Adeus…

Hoje o meu dia foi longo e dificil, o meu mundo ficou mais pobre e não me apetece dormir. Sinto-me exausta e não tenho vontade de falar, nem ouvir, nem escrever… Mas tenho que escrever, desabafar e no papel é tão mais fácil.

Hoje a alegria esmureceu, baixou as orelhas e não quer sorrir. Hoje as gotas que transbordam dos meus olhos não são de felicidade. Hoje, 2 de Fevereiro de 2009, foi o fim de um ciclo mal acabado que nunca poderei concertar. Hoje… Hoje… não tenho metáforas que me confortem, não tenho hipérboles que me traduzam a alma, não há figuras de estilo suficientes para explicar o que estou a sentir. Nem eu sei, nem eu consigo.

Para quem me conhece, para quem conhece a minha história, poderá parecer hipócrita, falso, vazio… A verdade é que eu própria não podia imaginar que quando o dia chegasse ia doer assim… A certeza de o não ver, nunca mais, de não ter respostas, de não poder sequer despedir-me, a incerteza do teu destino, o não saber o que fazer, como agir, a tristeza de te saber sozinho entre estranhos, abandonado nesta última etápa… Não posso explicar nem posso pedir que alguém me compreenda, só sei sentir.

Todas as palavras que agora possa escrever, me parecem vagas, sem conteúdo. Escrevo apenas para tentar aliviar um pouco este peso que sinto em mim. Gostava de saber se leste as minhas palavras para ti, se algum dia, onde quer que estejas, poderás ler estas, gostava de saber se compreendeste o que disse, se ficaste em paz… Gostava da certeza de que existe algo mais, além desta vida. A certeza de que um dia poderemos sentar-nos os dois e falar sobre tudo e sobre nada. Tu voltas a sentar-me no teu colo, apagas todas as minhas memórias e recomeçamos a nossa história. Gostava de ter certezas, gostava de ouvir a tua voz uma última vez, gostava de ter dito adeus, apesar de detestar e evitar despedidas… Agora restam-me estas linhas que te escrevo porque é a única coisa que sei fazer, a única coisa que me sai directamente da alma… Gostava de te ter escrito mais, mesmo achando que a maior parte das vezes não merecias. Mas quem sou eu para julgar?! Se pudesse voltar atrás não perderia a oportunidade de o fazer, fosses merecedor ou não. Mas agora é tarde e resta-me a esperança de que tu possas estar a ver-me de alguma parte, que consigas ler e que partas com a certeza que, apesar de tudo, nunca deixei de te amar, nunca deixei de ser o teu “porta-chaves”. Apenas cresci e a vida fez-me criar demasiadas defesas… Demasiadas!

Talvez te volte a escrever, na esperança que agora tomes conta de nós, de mim, que me leias e me vigies… Sim, talvez te volte a escrever mas agora já não tenho mais palavras, já não tenho mais fôlego e ardem-me os olhos… Adeus Pai! Até Sempre…