sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Compasso desconcertante...

Sobre a cidade um manto negro pontilhado é cenário para as criaturas da noite! Como hienas famintas começam, pouco a pouco, a sair das suas tocas e preparam-se para a caçada. Passeiam-se nas ruas à espera de companhia que as faça ganhar o pão do dia seguinte… Uma vida dura e incompreendida. Neste compasso desconcertante vêem passar outros noctívolos, sem que uns interfiram na actividade de outros. Morcegos bege percorrem as ruas em busca de carne fresca e muitas vezes encontram mas, é ao final das noites que as presas são mais fáceis! Nas jibóias amarelas que se cobrem de publicidade de todo o tipo, circulam transeuntes perdidos com destino marcado, como o homem ao fundo.
A pele de porcelana cobre um conjunto de ossos desalinhados. Sobressaem dois pontos cinzentos, quase brancos, na extremidade superior do seu corpo… pequenos e alheios supõem-se perdidos noutro mundo. Contrasta com a figura, a roupa que veste – tão escura como a noite que o abraça!