Ao longe um som que não sei se ouço ou imagino… Aqui o silêncio.
Num deserto apagado sinto o cheiro a maresia que invade cada poro do meu corpo. O caminho está esbatido, talvez por uma tempestade de areia e não consigo encontrar um trilho para seguir. Os passos que já dei não deixaram pegadas. Percebo que apenas conheço o preciso momento em que me encontro… Nada existe para trás… Nada vejo adiante.
Sem passado nem futuro, continuo nesta estrada inexistente que me leva a lado algum… Podia parar aqui! Ficar à espera que alguém passasse e me indicasse um caminho mas aqui não há nada e se parar morro um pouco mais.
O calor turva-me a visão e o percurso não tem fim… A única meta é viver e entre picadas de escorpião, tempestades e delírios, tenho conseguido.
Aqui não existem guias nem mapas, não há postos de informação nem transeuntes a cada esquina, prontos a informar. Aqui existem marcos que se encontram na passagem… Por vezes não os vemos logo porque estão ocultos ou porque julgamos não serem reais… Mas existem e aumentam as nossas hipóteses de alcançar a meta… E qualquer coisa pode ser um marco… se ao menos conseguíssemos ver! Frequentemente estamos tão concentrados naquilo que passou e no que vem pela frente (ora se não temos passado nem futuro… pobres tolos!) que não conseguimos valorizar as pequenas coisas que nos surgem no caminho… E perdemos a possibilidade de chegar à meta, porque procuramos algo grande, visivelmente útil, quando apenas precisávamos de um cantil de água, mesmo que pequenino, para conseguir aguentar até ao fim da jornada.
10.08.2007, kel.
Num deserto apagado sinto o cheiro a maresia que invade cada poro do meu corpo. O caminho está esbatido, talvez por uma tempestade de areia e não consigo encontrar um trilho para seguir. Os passos que já dei não deixaram pegadas. Percebo que apenas conheço o preciso momento em que me encontro… Nada existe para trás… Nada vejo adiante.
Sem passado nem futuro, continuo nesta estrada inexistente que me leva a lado algum… Podia parar aqui! Ficar à espera que alguém passasse e me indicasse um caminho mas aqui não há nada e se parar morro um pouco mais.
O calor turva-me a visão e o percurso não tem fim… A única meta é viver e entre picadas de escorpião, tempestades e delírios, tenho conseguido.
Aqui não existem guias nem mapas, não há postos de informação nem transeuntes a cada esquina, prontos a informar. Aqui existem marcos que se encontram na passagem… Por vezes não os vemos logo porque estão ocultos ou porque julgamos não serem reais… Mas existem e aumentam as nossas hipóteses de alcançar a meta… E qualquer coisa pode ser um marco… se ao menos conseguíssemos ver! Frequentemente estamos tão concentrados naquilo que passou e no que vem pela frente (ora se não temos passado nem futuro… pobres tolos!) que não conseguimos valorizar as pequenas coisas que nos surgem no caminho… E perdemos a possibilidade de chegar à meta, porque procuramos algo grande, visivelmente útil, quando apenas precisávamos de um cantil de água, mesmo que pequenino, para conseguir aguentar até ao fim da jornada.
10.08.2007, kel.