O que é uma geração altamente qualificada? É o facto de hoje
em dia todos termos um “canudo”!? E será expectável que um país como o nosso,
de pequenas dimensões e curtos horizontes tenha a capacidade de albergar tantos
doutores e engenheiros? E depois insurgem-se contra o flagelo da emigração, que
estamos a deixar fugir os jovens altamente qualificados, que há licenciados e
até mestres a abandonar o país… Deixem-me que vos diga que conheci não uma mas
algumas pessoas ao longo da minha vida académica e não só que tiraram mestrados
e pós-graduações logo após concluírem a licenciatura, apenas com o objectivo de
continuarem na faculdade e poderem pensar sem pressas no que queriam fazer a
seguir. Ora se isto é ser altamente qualificado, ok, tudo bem! Mas ainda que
nos consideremos os supra-sumos da formação académica, não será de esperar que
alguns de nós tenham que procurar oportunidades noutros mercados de trabalho?
Claro que é muito mais cómodo encontrar soluções do nosso próprio “quintal” mas
é preciso analisar as coisas racionalmente e perceber que somos um país pequeno
e que de modo nenhum – com ou sem crise, mas mais ainda com ela – tem
capacidade de encaixe para tantos profissionais qualificados que nem admitem a
hipótese de trabalhar em algo fora da sua área de estudo. A culpa não é do
governo nem da conjuntura, a culpa é do nosso comodismo cultivado e alimentado por todos os
sindicalistas e pseudo-revolucionários que nos fazem acreditar que temos muitos
direitos e nenhumas obrigações, que apregoam que temos é que lutar por aquilo
que nos é devido quando ainda não mostramos nada, nem provamos nada. E isto é
verdade para tudo o resto neste paraíso à beira-mar plantado. E posso parecer
eu revolucionária ou fascista mas pensem o que quiserem, porque o pensamento ainda é livre. A Sra. Isabel Jonet vem dizer umas verdades, sem faltar ao respeito a ninguém, cai o
Carmo e a Trindade mas o Américo Carlos refere-se ao representante do Fundo
Monetário Internacional na Troika, de origem etíope, como “o escurinho” e não
se ouve alarido de maior em relação a isso. Porque não podemos dizer aos
portugueses que andam a viver acima das suas possibilidades, porque é verdade e
pode melindrar mas podemos fazer comentários racistas de forma publica que está
tudo bem porque o Sr. nem é de cá e é da Troika e por isso “who cares”! Somos
um país que tem uma geração altamente qualificada? Talvez academicamente
falando isso seja verdade mas somos também um país pequeno de mentalidades
tacanhas e valores virados do avesso. Somos um povo que gosta de viver de
aparências e uma geração que foi educada a pensar que tem direito a tudo, que
as coisas têm que estar disponíveis para eles sem que tenham que ir à luta e
esforçar-se. Somos um país de eufemismos e de pouca verdade, somos acima de
tudo uma nação pobre e ignorante no que há de mais importante.