quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Não gosto e não falo de politica mas, a sério? “O que é demais cheira mal”, não há dúvida!


Não gosto de politica, não me interesso e não falo sobre ela. Creio que o meu desinteresse se deve essencialmente à falta de qualidade da política em Portugal e não, não me refiro ao Governo – ao actual ou a qualquer dos passados governantes – refiro-me num sentido lato e global. E a falta de qualidade não está só no Governo per se, está em todos nós que fazemos parte da nação. Não temos melhores políticos porque lhes pagamos mal (sim, já sei que agora toda a gente me vai cair em cima a dizer que eles são todos uns gatunos e blá, blá, blá), porque a oposição a única coisa que faz bem (not!) é dizer mal e deitar a baixo – seja qual a for a cor politica – e porque ninguém é responsabilizado por coisa nenhuma, mesmo nós, votantes. Se não vejamos, tudo começa com o nosso voto, afinal nenhum governo nasce de geração espontânea. Mas temos políticos que fogem para o Brasil para escaparem a acusações de fraude e desvios de verbas e quando regressam ao nosso belo pais à beira mar plantado o quê que fazemos? Voltamos a votar nesses políticos para gerir a nossa santa terrinha. Não vos parece bem? São os políticos que são maus? Não me parece. Depois temos os salários e qualquer bom economista ou gestor ganha mais no sector privado. Quem é bom mesmo muito bom não quer ser ministro nem mandar no país. E temos a oposição que para mim é o que me afasta ainda mais das notícias politicas, que é… Bem, não há outra forma de colocar as coisas… Uma real porcaria! A única coisa que sabem é dizer mal e isso está patente agora que lutamos para sobreviver a esta crise que não é nacional, desenganem-se, é mundial e nós, portugueses, não somos propriamente privilegiados ou particularmente “abonados” para escapar ilesos. E no entanto só se ouvem vozes de destabilização e revolta mas ninguém apresenta um caminho alternativo. Sim, é verdade, “a conta” que vamos pagar é pesada, ninguém gosta mas há outro caminho? Se sim, qual? Força! Apresentem medidas alternativas, apresentem projectos, apresentem soluções. Sinceramente estou cansada e até um pouco triste com o meu país, estou cansada de viver numa pseudo comunidade que só sabe apontar o que está mal. O Sócrates também estava mal enquanto lá esteve e agora que se mudou a cor politica já é o Passos que não presta para nada e “o rosa” insurge-se contra o actual governo como se falasse de que pedestal moral? E nós, o povo que os elege, somos coniventes com todo este teatro político que não nos leva a lado algum. E só me apraz pensar que somos um país de “faz de conta”. Queríamos que o governo pedisse mais tempo à Troika para pormos a “nossa casa” em ordem e eles assim fizeram e conseguiram. E agora julgavam o quê? Que esse prolongamento vinha sem custos? Mas quando vão ao Banco pedir mais tempo eles dão? E se eventualmente derem, não vos aumentam os juros? Quanto é que vamos perceber que gerir um país não é assim tão diferente de gerir uma empresa ou um lar? Apenas é muito mais difícil! Aliás, se fosse fácil se calhar todos queriam. E depois fazem manifestações à porta da casa de férias do Primeiro-ministro e divulgam fotos deste e da mulher num evento qualquer depois do anúncio de mais austeridade. E então? Acham bem? Acham bem perturbar a paz da família do Passos Coelho? Eles não nos governam. E ele não pode sair com a mulher? Não pode ter vida familiar, não pode gastar o seu salário como entende? Vejo muita gente no Shopping todos os dias. Será que também não deviam lá estar? Quem diz aqui, diz nas discotecas, no cinema, no restaurante. Os políticos são pessoas como nós, não são entidades divinas que estão acima de qualquer coisa. A diferença é que eles quiseram expor-se e tentar, de alguma forma, colocar “mãos à obra” e nós optámos por assistir – eu incluída. O nosso maior problema é a preocupação com as aparências, é por isso somos um país melancólico e alcoviteiro (mais uma vez, venham as pedras!), achamos inconcebível ver o Primeiro-ministro a rir num evento qualquer depois de nos dar más noticias, como achamos que devemos todos dizer mal da vida e da economia, mesmo que ainda não tenhamos sentido muito a crise. Temos que ser solidários na tristeza em vez de ajudarmos e animarmos quem precisa. A alegria, no nosso país, ainda é vista com inveja e desdém porque a revolução pode ter sido em 74 mas ainda estamos muito longe de nos libertar dos grilhões da ditadura.